NÃO GOSTOU
O secretário de Administração Prisional de Santa Catarina Carlos Alves, em contato comigo na manhã de ontem, disse:
- Não negocio com facção!
A motivação foi um vídeo divulgado no meu programa (em três plataformas simultâneas: Instagram, Youtube e Facebook/Pense Jornal), onde aparece um Policial Penal de sobrenome Ferraz e que, segundo consta, ocupa o cargo de Diretor de Operações da Polícia Penal da SAP (ele se apresenta assim), relatando as tratativas feitas e falando em nome da Secretaria e cita que se trata de: “uma conversa oficial e que neste momento consegue atender alguns pedidos, mas não consegue atender todos... que esteve no COPE conversando com os internos, com os presos, representantes de galerias (chamados de disciplina entre os apenados), que a Secretaria consegue hoje ampliar o atual sistema em uma visita e mais uma visita íntima (passando para duas), desde que o interno tenha bom comportamento.
No vídeo e por um outro ângulo (também publicado no programa), o Diretor de Operações reafirma que está no local para “passar a proposta da Secretaria”, além de citar outras situações envolvendo presos.
QUAL A BRONCA DO SECRETÁRIO?
O fato de não ter sido procurado para esclarecimentos.
Mas a situação está claríssima! Tem mais alguma coisa para explicar?
Existe uma “versão” para isso?
O simples fato da citação por parte do Diretor de Operações da existência de uma portaria tratando do assunto, no mínimo, esclarece tudo.
Aliás, tenho cópia da portaria.
Veja:
Após a conversa com familiares de presos que estava acampados, os presos do COPE que estavam de “greve” de pátio e oficinas, voltaram ao seus afazeres e como se nada estivesse acontecido.
O QUE ME DISSE O SECRETÁRIO.
Segundo Carlos Alves, o seu perfil não é de negociar com facções criminosa que “o vídeo não fala por si”.
Afirmou ainda que “há um equívoco reportado na matéria”, mas não apontou qual foi o equívoco e que acompanhou tudo, mas “não negocia com facções”.
Reafirmei que o espaço está ao inteiro dispor da pasta, inclusive para gravações ou ao vivo por link e transmissão em HD, mas o Secretário informou que estava em viagem de trabalho e assim permaneceria até a próxima sexta-feira.
Para não estender demais, só mais um questionamento:
- Quando o Diretor do COPE afirma que conversou com as lideranças de galerias (os chamados disciplinas) não são faccionados?
Deixei o fato em si com o direito da dúvida, apesar do vídeo e repeti:
- São perguntas...
E reafirmei o nosso compromisso de “espaço aberto para esclarecimentos e que sejam muito convincentes”.
COMO REPERCUTIU
Entre os Policiais Penais, o caso foi de grande decepção.
Segundo eles, a cedência em exigências de apenados é um caminho perigoso (não sou Policial Penal e afirmei isso).
Disseram mais:
Que agora, a revogação da portaria que publicamos acima, faria a cadeia “virar” (que seria o caso de uma rebelião)...
Na noite de ontem, recebi a seguinte mensagem de um Policial Penal da Capital:
No dia 14 o Carlos Alves acompanhado pela adjunta Joana e o superintendente de operações Roberval Ferraz foram na penitenciária da capital e retiraram os líderes daquela unidade pra uma conversa reservada.
As famílias estavam a dias em frente aquela unidade e ao COPE protestando contra a nomeação de Carlos Alves e reinvidicando uma série de regalias.
Os agentes do plantão deram entrada no Ipen livro oficial dessa movimentação, mas o secretário mandou apagar.
Os agentes então avisaram o diretor da unidade e o superintendente regional que a cúpula da unidade estava reunida com presos. Ao chegarem, não puderam adentrar ao recinto onde estavam o secretário, a adjunta e o Ferraz com os presos.
Ficaram das 09:00 até 13:00 trancados com os presos. Foram dali pra sede da SAP.
Lá a Joana adjunta redigiu um esboço da portaria das visitas que veio até os presos dando ok.
Nesse mesmo dia o Ferraz foi no COPE se reunir com os disciplinas de lá e a noite fez o vídeo com os familiares na frente da penitenciária da capital.
No dia seguinte 15/09 a portaria foi publicada no DOE e o movimento das famílias fora e dos presos dentro das unidades acabou
Está aí, a bucha criada!
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