CALDO ENTORNOU
O relatório da CPI da Pandemia – um punhado de achismos e intenções veladas – ainda vai dar pano pra manga e colocou Senado e Câmara dos Deputados em rota de colisão.
O fato de Renan Calheiros – o probo – pedir o indiciamento de deputados por opiniões e manifestações – tal qual um inquisidor – reverberou na Câmara dos Deputados na noite de ontem.
NÃO PODE TUDO
O Presidente da Casa – Arthur Lira – leu uma manifestação com termos duros em defesa dos colegas.
Citou – entre outras coisas:
- O desvio da CPI na sua finalidade.
- O comportamento dos integrantes como juízes.
- A conduta inquisitória e acusatória – fugindo aos ditames preconizados no caso
- Os exageros cometidos – como se um senador fosse uma figura intocável e praticamente um deus.
No meio do pronunciamento, disparou:
“Ainda que sejam graves os fatos investigados, uma CPI não pode se converter em um instrumento inquisitorial de exceção, infenso a controle e dotado de poderes exorbitantes ou ilimitados”, disparou o presidente da Câmara. “Nenhuma autoridade pode atuar assim”, avisou.
DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS
O Brasil vive um momento de terror em termos de liberdade de expressão.
Perseguições do judiciário, grupelhos de extremistas e nem por isso houve manifestação do Legislativo brasileiro.
A Câmara dos Deputados já poderia ter dado um basta no “modus extrapolandis”do Ministro Alexandre de Moraes e de outros menos cotados.
No entanto, o que se viu foi um “quedar-se silente”, enquanto a água não bateu no traseiro parlamentar.
Dias sombrios pela frente se nada for feito.
HÁ CASOS E CASOS
Enquanto o Supremo Tribunal Federal se preocupa com frivolidades, a corte abandonou o combate a corrupção.
Gostem ou não, a força dos poderosos da política acabou com a lava-jato, convencendo até Ministros do STF – nos mesmos moldes do que ocorreu na Itália (leiam a história, pesquisem).
Hoje – ao Supremo – é muito mais cômodo perseguir as opiniões contrárias, é mais fácil e oferece menos riscos.
NÃO DEFENDO AMEAÇAS
Vamos deixar bem claro que o tema aqui é: DIVERGÊNCIA DE OPINIÃO, POSICIONAMENTO.
Não concordo e nem coaduno com a utilização de termos chulos, ofensivos, injuriosos ou que se voltem à integridade física de quem quer que seja, mas também não concordo com Ministros da mais alta corte do país que praticam atos juridicamente ilegais.
A afirmação não é minha e sim dos mais abalizados juristas do Brasil.
É preciso uma correção de rumo, antes que a coisa degringole de vez.
EM DEFESA
É preciso defender o meu direito de discordar, ter opinião própria, manifestar-me sobre determinados comportamentos e isso nos mesmos moldes de quem acha que pode tudo, inclusive, proibir ou se queixar.
Se continuarmos praticando “a aceitação de cordeiro que vai ser imolado”, a tendência é de piorar a cada dia.
Como diz o padre naquele momento inesquecível:
“Fale agora ou cale-se para sempre”
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