NÃO GOSTO
Em algumas situações não gosto de ter razão.
Motivo? Simples: quando a razão se dá por um alerta feito com muita antecedência e que poderiam corrigir para que não a tivesse.
Alertei (e faz tempo) quando ainda estávamos em pouco menos de 2 milhões de casos de dengue no Brasil (os números estão sempre defasados) porque escondem a realidade – que ultrapassaríamos os 5 milhões de registros.
Tempos depois, o governo estimou um máximo de quatro milhões e duzentos mil casos, ou seja, dobrou os números.
De novo com os dados defasados, a conversa já mudou:
De acordo com informações do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, até quarta-feira (15), o Brasil já havia registrado um total de 4.855.070 casos prováveis de dengue e em 24 horas quase 50 mil novos casos já foram registrados.
Segundo a pasta, Minas Gerais lidera em número de casos prováveis no país. Houve quase 1,3 milhão de casos registrados. Enquanto isso, o Distrito Federal apresenta o maior coeficiente de incidência, com 8,9 mil casos por 100 mil habitantes.
São Paulo, por sua vez, registra o maior número de óbitos, somando 714 mortes, segundo o Ministério da Saúde.
Em 2024, a dengue foi responsável pela morte de 2.681 pessoas, quebrando um novo recorde no país. O recorde anterior foi em 2023, com 1.179 mortes. Neste ano, o número de mortes em 2023 foi superado em abril.
Secretarias de Saúde de cinco Estados brasileiros relataram a perda de ao menos 5,5 mil doses de vacinas contra a dengue, que venceriam no final de abril.
Essas doses faziam parte do primeiro lote de 668 mil imunizantes distribuídos em fevereiro pelo governo Lula por meio do Ministério da Saúde para as Secretarias de Saúde de Estados e municípios. Entre os Estados afetados estão Amazonas, Bahia, São Paulo, Maranhão e Rio Grande do Norte.
Jaraguá do Sul registrou mais uma morte na semana passada e aumento nos casos de dengue.
ESCÁRNIO
O termo define bem os acontecimentos vividos no Rio Grande do Sul.
As ações oficiais são permeadas pelo interesse político, deboches, atitudes e falas preconceituosas inomináveis.
Não é crível que – mesmo diante de uma tragédia – o ser humano tenha tal comportamento.
Sodoma e Gomorra foram destruídas por muito menos.
Nem vou comentar sobre as manifestações na internet, os discursos de ódio contra o povo gaúcho e vindos de pessoas que escrevem no perfil que “amam a vida”.
Não amam nem a si mesmas.
Deve ser uma decepção muito grande para Deus.
SERPENTÁRIO
Já dá para acreditar que em algumas situações, o ser humano se revela.
Vivemos num serpentário e os ofídios estão prontos para uma picada que poderá ser letal.
E o que mais choca é que a pessoas não se incomoda em revelar o seu lado “macabro”.
Acham que nunca serão alcançados pela dor que desejam ao próximo.
Acham que “semeando ódio, a colheita será diferente”.
Não sei se tenho dó ou se desejo que a colheita seja breve e pior.
OS PERIGOS
As doenças típicas de uma catástrofe como a ocorrida no Rio Grande do Sul, ainda não chegaram, mas chegarão.
Pessoas que estão vivendo em escombros, dentro d’água e em contato com tudo o que for imaginável, correm sérios riscos.
A leptospirose é uma das doenças.
Corpos putrefatos, fezes de animais, lixo – tudo contribuirá para agravar o quadro.
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