O sindicato que representa os funcionários da Unidade Chile do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no Rio, convocou uma reunião on-line para esta 5ª feira (23.jan.2025) com o objetivo de discutir estratégias em resposta às polêmicas envolvendo o instituto.
Durante o encontro, a seção local do Assibge (Sindicato Nacional dos Trabalhadores do IBGE) analisará a criação da Fundação IBGE+, uma entidade de apoio às atividades do IBGE. Os participantes também discutirão críticas à presidência de Márcio Pochmann à frente do órgão, acusado de “autoritarismo” pelo sindicato.
FUNDAÇÃO IBGE+
Criada em 2024, a Fundação IBGE+ é uma fundação pública de direito privado, vinculada ao IBGE. É a maior fonte de insatisfação dos funcionários do órgão, que a chamam de “IBGE paralelo”. É responsável pelo Núcleo de Inovação Tecnológica do órgão e por apoiar pesquisas. Está vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e não ao Ministério do Planejamento e Orçamento, como o próprio IBGE.
CRISE NO IBGE
Em 7 de janeiro, 2 diretores de pesquisas do instituto foram demitidos. A troca foi divulgada por meio de nota oficial, que não detalhou os motivos. A representação sindical do órgão atribuiu a saída de Elizabeth Hypolito e João Hallak Neto ao fato de “não concordarem com as práticas da gestão” de Pochmann. Foi divulgada uma carta contra as posturas da presidência, assinada por gerentes, coordenadores e ex-diretores. O episódio representou uma escalada na tensão, que já vinha sendo manifestada pelos funcionários do baixo escalão, que já realizaram greve por 24 horas contra as mudanças estruturais na organização.
A crise no instituto vem sendo usada pela oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 27 de dezembro do ano passado, por exemplo, ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que a taxa de desemprego no Brasil divulgada pelo IBGE é “uma mentira”.
A taxa no trimestre encerrado em novembro foi de 6,1%, a menor do país na série histórica iniciada em 2012.
Em resposta, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), afirmou em 4 de janeiro que Bolsonaro “ataca” o IBGE porque tem “aversão à verdade”.
A presidente do PT disse que a metodologia usada pelo IBGE é a mesma utilizada em todos os governos desde 2012, inclusive no período em que Bolsonaro e o então ministro da Economia Paulo Guedes levaram o desemprego a 14% –agravado pela pandemia de covid. Em 2021, a taxa de desemprego ficou em 14,6% no trimestre encerrado em maio.

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