deputado estadual Yglésio Moyses (PRTB) fez discurso na tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão que vem sendo considerado uma verdadeira bomba na política do Estado.
Yglésio expôs mensagens atribuídas ao desembargador maranhense Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da primeira região (TRF-1) impõe uma série de atitudes do governador no campo político para “conter danos” e evitar inquéritos.
As mensagens são endereçadas ao deputado federal Rubens Pereira Júnior (PT) para serem encaminhadas a seu pai, Rubens Pereira (Rubão), secretário estadual de Articulação Política, a fim de que este, por a vez, as fizesse chegar ao governador Carlos Brandão (PSB).
Nas mensagens a ele atribuídas, Ney Bello diz que o governador “precisa baixar a bola e segurar a arrogância burra dos irmãos”, afirmando que “há alguns inquéritos para estourar e isso vai jogar ele na lama”. Ele ainda avisa: “ou ele parte para contenção de danos ou ele não chega em abril”.
Em seguida, apresenta um roteiro de cinco exigências que seriam do interesse do ex-governador Flávio Dino, atualmente ministro do STF: afastar o irmão de tudo que diga respeito ao governo; “entregar as secretarias de volta ao PT”; anunciar publicamente que é candidato a senador e que o vice Felipe Camarão (PT) assumirá numa ampla coalizão; tirar a maioria dos parentes do governo e recompor com a base; e dizer que não se mete na eleição da Assembleia, deixando “o STF decidir”, numa referência clara a Dino. E também autoriza: “Se Rubão quiser usar meu nome como vetor desses 5 itens, ele pode usar”.
Para Yglésio, o conteúdo tem tom de pressão e ameaça política e, se confirmado, é incompatível com a função jurisdicional, podendo ensejar representação ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O deputado considera que os áudios e prints já circulam e que parte do material já chegou a redações de vários veículos de comunicação. Ele acha que as mensagens caracterizam “crime de A a Z dentro do Código Penal” e revelaria “uma verdadeira organização criminosa” com finalidade política.
O deputado também defendeu o direito de quem gravou o material. “Quem gravou não grampeou; quem gravou está no legítimo direito de se defender do achaque”, disse, explicando por que decidi divulgar trechos na tribuna.
Ney Bello é tio do deputado estadual Leandro Bello (Podemos), aliado da pré-candidatura do petista Felipe Camarão ao governo, projeto que contraria a vontade do governador de lançar o sobrinho Orleans Brandão.
O desembargador Ney Bello ou do TRF-1 não se manifestaram sobre as mensagens divulgadas pelo deputado Yglésio Moyses.

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