A Polícia Federal investiga uma organização criminosa acusada de desviar cerca de R$ 2 bilhões entre 2020 e 2025 utilizando o aplicativo Caixa Tem, ferramenta criada pela Caixa Econômica Federal para o pagamento do Auxílio Emergencial e outros benefícios sociais durante a pandemia da Covid-19.
Segundo a investigação revelada nesta segunda (28) pela Folha de S. Paulo e confirmada pela Gazeta do Povo com fontes a par da investigação, os criminosos ofereciam propinas a funcionários da Caixa e de casas lotéricas para obter dados pessoais de beneficiários e sacar indevidamente os valores.
A reportagem procurou a Caixa para comentar a investigação e aguarda retorno. O banco, no entanto, afirmou à Folha que colabora com as investigações e que monitora ininterruptamente seus produtos, serviços e transações bancárias para identificar casos suspeitos.
Segundo a apuração, o esquema consistia no acesso a CPFs e outros dados de pessoas inscritas em programas sociais do governo federal, no FGTS e no seguro-desemprego. De posse dessas informações, os fraudadores simulavam o acesso legítimo ao Caixa Tem, desviando os recursos diretamente da conta da vítima.
Fontes informaram que a organização criminosa utilizava programas capazes de emular celulares em computadores, o que permitia realizar centenas de acessos diários a múltiplas contas ao mesmo tempo. O esquema se baseava em fraudes de pequenos valores, mas repetidas em larga escala para atingir somas milionárias.
Desde o lançamento do Caixa Tem, em abril de 2020, foram registrados aproximadamente 749 mil processos de contestação, diz a apuração. O banco já ressarciu cerca de R$ 2 bilhões às vítimas de fraudes, segundo dados oficiais da Polícia Federal.
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