O destino de celulares roubados em São Paulo vai além do centro da cidade, especialmente nas proximidades da cracolândia, epicentro de várias operações policiais.
Delegados e promotores entrevistados pela reportagem da Folha de S. Paulo, destacam as grandes favelas da periferia, como Heliópolis e Paraisópolis, na zona sul, como os principais pontos de receptação desses aparelhos.
Um delegado, que pediu anonimato e atua diretamente em crimes contra o patrimônio, explicou que os criminosos tendem a levar os telefones para favelas com as quais têm algum vínculo, seja porque moram nessas áreas ou porque conhecem quem compra os produtos roubados. Ele esclareceu, contudo, que as investigações ainda não identificaram um esquema organizado de receptação nessas favelas, como ocorre na rua Guaianases, no bairro Campos Elíseos, conhecida pelas centrais de desbloqueio de telefones para envio ao exterior.
Integrantes do Ministério Público também citaram Heliópolis e Paraisópolis, destacando a dificuldade de acesso e rastreamento como fatores que favorecem a movimentação de produtos do crime nessas comunidades. Heliópolis, maior favela de São Paulo, e Paraisópolis, que vem em seguida, são controladas pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Porém, até o momento, não há confirmação de envolvimento direto da facção nos roubos e na receptação de telefones, segundo as autoridades.
Comércio ilegal nas comunidades
Nessas comunidades, o comércio de drogas é uma realidade constante, assim como na favela da Arábia, no Jaraguá, zona norte, outro destino frequente para celulares roubados.
Os criminosos, após extrair informações valiosas dos aparelhos, como dados bancários, repassam os telefones a lojistas clandestinos que os revendem inteiros ou em peças.
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