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Terça-feira, 20 de Maio de 2025

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Lula trava criação de comissão para fiscalizar contas de Itaipu.

Envolta em ações nebulosas, a estatal desperdiça dinheiro e o brasileiro paga a conta

Lula trava criação de comissão para fiscalizar contas de Itaipu.
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Processo no governo brasileiro para criar órgão de auditoria externa da hidrelétrica está parado desde 2023; o custo dos serviços de eletricidade é de R$ 15,8 bilhões em 2025 .

O processo para a criação da Comissão Binacional de Contas da hidrelétrica de Itaipu, acordado por Brasil e Paraguai em 2021, está parado desde 2023. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) travou a análise da proposta de instalação do órgão externo que deverá fiscalizar os gastos da empresa.

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o caso só deverá ser retomado a partir de junho, depois que os 2 países concluírem as negociações do chamado Anexo C, que redefinirá as bases financeiras das tarifas de energia.

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Os gastos bilionários do lado brasileiro com projetos que não têm relação direta com a geração de energia têm sido alvo de críticas cada vez mais contundentes de políticos e da mídia. Entre outros gastos, Itaipu destinou R$ 1,3 bilhão para obras da COP30, conferência sobre o clima da ONU (Organização das Nações Unidas), que será realizada em novembro em Belém (PA), a mais de 2.800 km de Itaipu (que fica em Foz do Iguaçu, no Paraná).

Outros R$ 15 milhões foram gastos em um evento cultural paralelo à Cúpula do G20, realizado no Rio, em novembro do ano passado.

As críticas abarcam também a falta de transparência na alocação desses recursos. Por ser uma empresa binacional, a hidrelétrica não está sujeita à fiscalização direta dos órgãos de controle brasileiros ou paraguaios. A usina diz, porém, que “já atende a padrões internacionais e tem uma política interna bastante rigorosa no controle das contas”.

O orçamento de Itaipu para 2025 destina quase R$ 9 bilhões (US$ 1,58 bilhão no câmbio atual) para a rubrica “outros”, em que não há especificação dos gastos. Desse total, R$ 4,8 bilhões (849,6 milhões) foram alocados para o lado brasileiro, e R$ 4,2 bilhões (US$ 730,5 milhões) para a gestão paraguaia. O montante é parte dos R$ 15,8 bilhões (US$ 2,8 bilhões no câmbio atual) que compõem o custo dos serviços de eletricidade para os consumidores brasileiros e paraguaios neste ano.

Esse tipo de despesa financia projetos e obras sociais, de infraestrutura, apoio cultural e preservação ambiental, entre outros. Além disso, desde 2023, o número de municípios beneficiados pela hidrelétrica passou de 54 para 434. Isso significa que a empresa pode destinar recursos para todas as cidades do Paraná e outras 35 no Mato Grosso do Sul.

Esses custos, no entanto, contribuem para encarecer a conta de luz dos brasileiros, principalmente dos moradores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Lula, porém, endossa e incentiva que Itaipu faça “política social”.

COMISSÃO BINACIONAL DE CONTAS

Em 5 de novembro de 2021, o então chanceler brasileiro Carlos Alberto França fechou um acordo com o também então chanceler paraguaio Euclides Acevedo para a implementação da comissão. As conversas entre os 2 países sobre o tema haviam começado em outubro de 2015, quando o Brasil propôs ao Paraguai a criação do órgão. Em 2016, os paraguaios responderam. A 1ª reunião do grupo de trabalho que negociou o texto foi realizada em dezembro de 2017, mas as conversas arrefeceram e foram retomadas em 2019.

Em setembro de 2020, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que o TCU (Tribunal de Contas da União) não poderia processar, julgar ou executar qualquer medida de fiscalização sobre Itaipu porque a hidrelétrica tem natureza supranacional e tal medida só poderia ocorrer após os 2 países decidirem em conjunto pela criação de uma instância para tal. O acordo para a criação da comissão de contas foi celebrado em Brasília em 2021 por meio da assinatura de uma nota reversal, uma espécie de protocolo de intenções entre Brasil e Paraguai.

O objetivo do órgão será garantir a transparência e a conformidade das contas e dos processos financeiros da gestão conjunta. O texto determina que a comissão seja formada por 3 integrantes do TCU (Tribunal de Contas da União) e por 3 integrantes da Controladoria Geral da República do Paraguai.

FONTE/CRÉDITOS: P
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