Foram anos de espera, mas a Justiça foi feita.
Os traumas dificilmente serão apagados, mas o abusador não continuará impune. Esse é o desfecho de mais um caso de estupro envolvendo o padrasto e a enteada. Os abusos começaram em 2005, época em que a vítima tinha oito anos, e se estenderam até 2012, quando ela engravidou e os fatos vieram à tona. Desde então, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) batalhava pela condenação.
Na semana que passou, a Justiça julgou o caso e sentenciou o réu a 46 anos e oito meses de reclusão em regime fechado por dois crimes distintos previstos no Código Penal, conforme a denúncia do MPSC. Um deles é o estupro de vulnerável, pois os abusos começaram quando a menina tinha menos de 14
anos; e o outro é o estupro, ocorrido quando ela já era adolescente e engravidou.
Nas duas situações, o réu aproveitou-se da relação de autoridade exercida sobre e enteada para satisfazer
a sua própria lascívia.
Segundo consta nos autos, ele cometeu abusos inclusive nas três vezes em que sua companheira – e mãe da vítima – foi hospitalizada para dar à luz os seus próprios filhos.
A denúncia narra fatos que causaram constrangimento, dor e medo na vítima durante vários anos. “A violência era de ordem psicológica, e o padrasto prejudicou o pleno desenvolvimento da enteada, submetendo-a a reiterados abusos e controlando suas crenças, comportamentos e decisões mediante manipulação”, diz o documento.
A Promotora de Justiça Andréia Tonin, da 3ª Promotoria da Comarca de Fraiburgo, diz que a sentença traz um pouco de alívio à vítima e dá uma resposta firme à sociedade. “A lascívia roubou uma infância e gerou prejuízos inestimáveis para a vítima, mas os fatos foram comprovados e o agressor não ficará mais impune”, conclui.
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