Após uma tocaia, um homem faz um ataque surpresa e dispara oitos vezes à queima-roupa, ceifando a vida de um homem na manhã de 2 de maio de 2023 em São Francisco do Sul. Foi dessa forma que o advogado Hamilton Lopes Ribeiro foi assassinado.
"É uma sensação de justiça feita. Não terei meu irmão caçula de volta, mas o sentimento é de esperança. Confio na justiça e agradeço o Ministério Público pelo empenho neste processo", desabafou Marília Ribeiro Lopes, irmã do advogado a respeito do crime que chocou a comunidade francisquense. O réu, que foi contratado para realizar o ato criminoso, foi condenado por homicídio com duas qualificadoras - mediante paga e recurso que impossibilitou a defesa da vítima - após ser denunciado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
Na presença de familiares, amigos, advogados e membros da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Francisco do Sul, a Juíza presidente da sessão do Tribunal do Júri fez a leitura da sentença. O réu recebeu a pena de 18 anos e oito meses de reclusão em regime fechado.
A ação penal pública ajuizada pela 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de São Francisco do Sul relata que, no dia 2 de maio de 2023, no bairro Rocio Grande, o acusado, com uma motocicleta, seguiu o advogado até sua casa. Quando ele desembarcou de seu automóvel, o réu o surpreendeu e iniciou os disparos que levaram Hamilton a óbito. Após o crime, o autor dos disparos fugiu do local. Consta na denúncia do MPSC "que o réu já vinha acompanhando a rotina da vítima há dias, calculando com frieza a execução do crime, e, portanto, agindo com premeditação".
A peça acusatória narra que o acusado recebeu uma quantia para executar o homicídio e que, após o crime, fez diversas compras, entre elas a de um veículo C4 Pallas, ano 2008. Ele fez também vários investimentos no automóvel. Segundo apurado pelas autoridades policiais, o réu também realizou transferências bancárias para uma conta de sua titularidade, fez compras em lojas e alugou um imóvel na cidade de Joinville, onde passou a residir com sua irmã.
A Promotora de Justiça Barbara Machado Moura Fonseca sustentou diante do Conselho de Sentença que "o homicídio foi cometido mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, pois o réu seguiu, surpreendeu e disparou contra o advogado em frente à sua própria residência, após descer do veículo que dirigia, totalmente desprevenido e desarmado, sem condições de esboçar atitude defensiva".
Ela argumentou que o ato criminoso também ocorreu mediante paga, porque o denunciado recebeu uma importância considerável em dinheiro para cometer o homicídio, conforme demonstrou a investigação.
A decisão é passível de recurso, mas não foi concedido ao réu o direito de recorrer em liberdade, pois ele permaneceu preso durante toda a instrução processual. As autoridades policiais continuam trabalhando para identificar o possível mandante da execução do advogado.
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