O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), utilizou o termo “narcoterrorismo” para classificar o ataque com bombas lançadas por drones contra policiais, durante uma megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, na zona norte carioca. Ações feitas por membros do Comando Vermelho empregaram drones para atacar agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil.
Castro defendeu o uso da terminologia em publicação na rede social X: “É assim que a polícia do Rio de Janeiro é recebida por criminosos: com bombas lançadas por drones. Esse é o tamanho do desafio que enfrentamos. Não é mais crime comum, é narcoterrorismo”.
A equiparação de crimes cometidos por milícias e facções criminosas ao terrorismo está em discussão em um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados. No entanto, o termo ‘narcoterrorismo’ encontra ressalvas no círculo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na proposta antifacção enviada ao Congresso na semana anterior, a terminologia não foi empregado pelo governo federal. O receio do governo é que essa classificação possa abrir margem para uma intervenção estrangeira no país.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, justificou a decisão do governo de não associar as facções ao terrorismo ao remeter o projeto antifacção ao Congresso:
“Grupos terroristas são aqueles que causam perturbação social, política grave e tem uma inclinação ideológica. Isso não acontece com as organizações criminosas, que são relativamente fáceis de se identificar porque praticam crimes que estão capitulados no Código Penal e na legislação extravagante. Grupos terroristas são organizações de outra natureza, e não temos nenhuma intenção de confundir os dois conceitos”.

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