O QUE FALTOU NA CONVENÇÃO DO MDB DE SC?
Faltou unidade, companheirismo, caráter, faltou política “com P maiúsculo” e houve uma dose cavalar de “interesses inconfessáveis, tratativas irreveláveis”.
Não se pode deixar de fora o alto teor de trairagens ao longo de todo processo.
Os emedebistas preferiram a disputa tendo que defender o atual Governador Carlos Moisés: respiradores, avião, denúncia de favorecimento pessoal e etc.
Ao invés de um projeto novo, os convencionais foram convencidos pelos aliados de Moisés que, as irregularidades que foram apontadas até agora são mais defensáveis do que uma nova proposta.
VENCEU A VELHA POLÍTICA
Ficou claro que: para alguns, a velha política e suas velhas práticas são mais interessantes e o que já existe não deve ser mudado, sob pena da perda de muitas vantagens.
Me lembro (e está escrito) que lá em fevereiro, alertei ao candidato Antidio Lunelli:
- Cuidado! O MDB está lhe cozinhando em banho-maria para a devida fritura e no momento certo, os caras lhe aprontarão pra valer. Saia daí, procure o PTB...
Mais recentemente e ao ver tantas mutretas, tantas traições, tantas conversas de bastidores, tantas conspirações, escrevi:
- Se sou Antídio - já teria mandado todos para a PQP...
INIMIGOS NA TRINCHEIRA
Apontei os inimigos na trincheira e que o tempo todo estavam tirando “o pino da granada”.
Não houve um só dia sem conspiração e de todos os lados.
Lunelli demonstrou uma vontade hercúlea na intenção de superar tudo e todos.
Mais: uma paciência que nunca imaginei e que eu (certamente) não teria para suportar tantas facadas nas costas, tantos acertos no escurinho, tantas promessas na penumbra.
ME SURPREENDEU
O clima nos dias que antecederam a convenção emedebista era pró-vitória de Lunelli, mesmo com a tentativa de Udo Döhler de esvaziar o evento, conforme se soube nos bastidores.
A desistência de Paulo Afonso da vaga ao Senado – reduzindo o número de postulantes – foi outro sinal de que “os contra” estavam saindo foram.
O que não contei (e ninguém contou é que haviam muitos contra na convenção) e outros, apenas preocupados com o próprio umbigo.
Exemplo? Os convencionais que votaram em Celso Maldaner (presidente licenciado do MDB no Estado) – em tese, defensor ferrenho da candidatura de Lunelli – não votaram no mesmo direcionamento.
Enquanto Maldaner teve 262 votos para ser candidato ao Senado, o ex-prefeito Antidio Lunelli chegou aos 192 sufrágios.
Ou seja: primeiros os meus e depois, os de Mateus.
FICA A LIÇÃO
É preciso tirar proveito do acontecimento e levar em conta algumas situações:
- Na política, algumas pessoas colocam os interesses coletivos em segundo plano e se importam mesmo com os interesses individuais.
- É preciso observar mais o seu entorno! Quem se posiciona como seu amigo, na verdade se trata de inimigo buscando aprender sobre você e aguarda apenas a oportunidade para lhe dar a facada.
Que o diga Udo Döhler – traidor de primeira linhagem.
- A vontade de fazer o melhor pelo povo – imprimir qualidade na gestão – na maioria das vezes (senão todas) irá contra os interesses dos seus partidários.
Tal exemplo ficou muito claro: deputados emedebistas apoiando Moisés contra o candidato do partido com ideias novas, projetos inovadores, experiência administrativa.
- Fazer o bem não é caminho para todos.
Isso foi demonstrado por todos aqueles que votaram contra o projeto de Lunelli: ser mais população, zelar pelo dinheiro dos catarinenses, implantar o “modelo jaraguaense de gestão”em todo Estado.
AOS EMEDEBISTAS.
Restará aos que aderiram ao modelo Moisés de governar, as explicações que todo catarinense quer ouvir e será de difícil convencimento:
- Cadê o dinheiro dos respiradores? Os R$ 33 milhões sumiram num passe de mágica.
- Como ficou o processo administrativo do referido caso? Quem foi punido? Quem foi responsabilizado?
- Como explicarão o uso da aeronave Arcanjo 06 para fins políticos, enquanto catarinenses andam de ambulância por horas e com o risco da própria vida?
- O que dirão sobre o caos na saúde do Estado?
CAMINHOS
Digo por mim – sem (jamais) ter a pretensão de falar por Antidio Lunelli:
- Está na hora de sair do MDB. Está provado que a velha política não aceita novidades, ou melhor dizendo: não quer mudar os velhos hábitos, os costumes, os acertos que não se confessa.
É preciso buscar ressonância nos projetos, espaço para uma gestão de interesse público e não de grupos. Se Lunelli não serve para o MDB, o MDB não lhe serve!
Vou além e sem nenhum medo de errar:
- Antídio Lunelli não precisa da política. A política é que precisa de homens com a têmpera de Lunelli.
Comentários: