PROFETA
O vice-presidente da República Geraldo Alckmin (PSB) está se tornando (cada vez mais) um sério candidato ao título de profeta.
Quando disse que “Lula e o PT queriam voltar à cena do crime”, simplesmente foi provido de uma qualidade sensitiva incomum.
Não é que acertou na mosca?
As empreiteiras que protagonizaram o maior escândalo de corrupção do planeta e corromperam de fornecedores, o alto escalão e devolveram bilhões de dinheiro surrupiado dos cofres públicos, já estão pedindo o dinheiro de volta, devidamente corrigidos, claro – de novo – assentaram-se na cena do crime.
A retomada de obras da refinaria de Abreu e Lima – um antro de corrupção e calote (pesquisem sobre o rombo da Venezuela) tem um significado de muito dinheiro e desconfianças maiores do que já foi visto.
Os novos contratos assinados com as empreiteiras Andrade Gutierres e Novanor (antiga Odebrecht) somam R$ 12 bilhões.
Uma rápida pesquisa sobre o envolvimento das duas empresas em atos de corrupção deixa claro que, no Brasil, o crime compensa.
PEQUENO DETALHE
O esquema de corrupção ligado à Petrobras e investigado pela Operação Lava Jato a partir de 2014 foi confirmado por cinco ex-funcionários do alto escalão da estatal em delação premiada. Os ex-executivos ainda aceitaram devolver R$279,8 milhões ao Tesouro e à petrolífera.
Do total de recursos devolvidos, R$244 milhões foram oriundos de propinas obtidas pelos executivos e eram mantidas em contas no exterior, em dinheiro vivo e na forma de terrenos e até de carro importado. O restante corresponde a valores de multas compensatórias pelos crimes cometidos.
Nos acordos de delação, os ex-funcionários da Petrobras apontaram as maiores empresas do setor de infraestrutura brasileiro como pagadoras de propina e eles próprios. Em uma ação inédita no País, a Lava Jato investigou e prendeu presidentes e dirigentes das gigantes da construção entre 2014 e 2015. Com o prosseguimento das investigações, executivos da Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Odebrecht passaram a confessar os pagamentos ilegais e assinaram delações. As empresas firmaram acordos de leniência.
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa foi o primeiro ex-integrante da cúpula da estatal a dizer que um cartel de empreiteiras dominou as obras bilionárias da petrolífera a partir de 2006. Costa admitiu ter recebido milhões em propinas sobre os contratos da estatal com essas empresas e contou que recebeu o dinheiro em shoppings e em casa.
Ao formalizar a delação, o ex-diretor renunciou a US$2,8 milhões que estavam em uma conta nas Ilhas Cayman e a US$23 milhões depositados na Suíça. Comprometeu-se a pagar uma multa compensatória cível de R$ 5 milhões e a entregar uma lancha de R$ 1,1 milhão, terrenos avaliados em R$ 3,202 milhões, valores em espécie apreendidos com ele (R$ 762.250,00, US$ 181.495,00 e 10.850,00 euros) e um carro importado de R$ 300 mil.
Após Costa, a Lava Jato fechou acordos de colaboração com o ex-diretor da Área Internacional da estatal, Nestor Cerveró, e os ex-gerentes da Petrobras Pedro Barusco e Eduardo Musa. O ex-diretor da área de Engenharia Renato Duque não chegou a firmar uma delação com o Ministério Público Federal, mas afirmou, durante audiência perante a Justiça Federal do Paraná, no ano passado, que colaborava espontaneamente.
Em novembro de 2015, Cerveró concordou, por exemplo, em entregar 1 milhão de libras que eram mantidas em contas na Inglaterra. O ex-diretor também aceitou devolver outros US$495 mil que estavam em uma offshore nas Bahamas e R$6,7 milhões, o equivalente ao valor de dois apartamentos que o ex-dirigente mantinha em Ipanema, no Rio.
FRANQUIAS
A maior organização criminosa do Brasil, o PCC, está dando mostras cabais de profissionalização e altamente qualificada, estruturada.
Desde o ano passado e num modelo importados dos EUA, os negócios avançaram para a venda de franquias.
Como funciona?
A facção vende a franquia de um quarteirão, onde o franqueado passa a ter domínio completo e total na venda de drogas no local.
Os valores variam entre R$ 500 mil a R$ 5 milhões, dependendo da região.
O PCC oferece:
- Fornecimento de produtos garantido (compra obrigatória)
- Estudos sobre possibilidades de ganhos
- Royalties
- Plano de negócio estruturado
- Departamento de cobrança para viciados inadimplentes
- Em caso de desavença comercial entre as partes, a franquia disponibiliza o “Tribunal do Crime” e com justiça gratuita.
Benefícios:
- Negócio sem impostos
- Não há 13º salário
- Não tem férias
- Não há obrigações trabalhistas
Ganhos:
Se a “loja” pertencer à facção, a divisão de lucro fica assim”
- 80% para a faccão
- 15% para os colaboradores
- 05% para o gerente
Exigências:
Funcionamento 24 horas por dia e todos os dias, ou seja, 3 turnos.
- A clientela é exigente e quer disponibilidade de produtos
- O faturamento estimado em 2023 foi de R$10 bilhões de reais.
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